RESUMO
A técnica de ventilação não invasiva (VNI) já mostrou ser eficaz em vários tipos de insuficiência respiratória aguda ou crónica agudizada (Ferreira et al., 2009). Para a utilização desta modalidade ventilatória, existem evidências em que, os profissionais devem estar treinados e serem detentores de conhecimentos, destacando-se um desenvolvimento importante da aplicação da mesma (Esquinas et al., 2011 e Hess, 2013). O presente estudo versa a perceção do enfermeiro no cuidar do doente com ventilação não invasiva num serviço de internamento de um Hospital Distrital (HD). Para o efeito considerámos para a nossa investigação utilizar um estudo descritivo, exploratório nível I, com uma abordagem qualitativa e atribuímos como objetivo descrever e analisar a perceção dos enfermeiros no cuidar do doente com VNI num serviço de internamento. Como técnica de colheita de dados recorremos às entrevistas semi-estruturadas, que foram objeto de gravação áudio e o tratamento dos dados foi efetivado com base na análise de conteúdo segundo Bardin (2011). Quanto aos resultados identificados, destacamos: As estratégias para o desenvolvimento profissional, mostra que a experiência capacita os profissionais de competências técnicas e relacionais. Sugere-nos relacionar a formação/conhecimento com a eficácia e o sucesso de utilização desta técnica. Na estratégia de adaptação do doente à VNI, ressalta que o trabalho em equipa entre os profissionais de saúde (enfermeiros e médicos) mostra ser importante, bem como a vigilância do doente. Além disso, parece que a aceitação do doente influência o sucesso de utilização desta técnica, bem como a autonomia e a experiência anterior do mesmo. Quanto às estratégias de manutenção da VNI, os enfermeiros valorizam a vigilância do doente e é atribuída importância aos ensinos ao doente/família, sendo ainda conferido valor à existência de protocolos nos serviços. No que se refere às complicações da VNI sobressaí, o desconforto/dor do doente e o risco do aparecimento de úlceras de pressão no nariz.
